domingo, 8 de fevereiro de 2009

Geometria dos sentidos

Sei o que quero de ti: partilhar as visões de beleza e de escuridão. E sim, a infinita liberdade de quem sabe estar quase a tocar o divino. Essa é a matéria de que és feito.
Onde vês vazio, sinto plenitude; onde lamentas redundância, leio intensidade... A repetição das palavras, dos gestos, o pensar sobre o que já se pensou, fazer o que já foi feito, ver o que já foi visto...dependendo da sensibilidade e inteligência da pessoa, pode tornar-se a mais aborrecida das tarefas, ou uma explosão de fertilidade. Como espreitar pelas faces de um cristal, uma multiplicidade de perspectivas, jogos de luz e sombra, reflexões, refracções, geometria dos sentidos. Um universo em cada ideia, se a ideia contemplar o próprio universo. O gesto que abarca o mundo, se o mundo estiver contido na intenção do gesto. E os sentimentos maiores que a Vida...
Tu sabes tudo isto...
Preciso do teu regaço e do teu olhar.
Sim, o local onde a espuma do mar e o sal se fundem é meu...e teu...

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